Scenes from the Passion of Christ

Scenes from the Passion of Christ
Scenes from the Passion of Christ // Hans Memling ca. 1430 – 1494

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O que fazer no último dia do ano...


“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.”
João 7.37

A paciência tinha a sua obra perfeita no Senhor Jesus, e até o último dia de festa ele apelou aos judeus; e neste último dia do ano Ele apela a nós e espera para ser gracioso conosco. Admirável, de fato, é a paciência do Salvador em lidar com alguns de nós, ano após ano, não obstante nossas provocações, rebeliões e resistência ao Seu Santo Espírito. Maravilha das maravilhas é ainda estarmos na terra da misericórdia.

A compaixão expressou-se muito claramente, pois Jesus chorou,  o que infere não apenas na sonoridade de Sua voz, mas a brandura de Seu timbre. Ele nos roga que sejamos reconciliados. “Rogamos”, diz o apóstolo, “como se Deus exortasse por nosso intermédio.” Que termos fervorosos e tocantes! Quão profundo deve ser o amor que faz o Senhor chorar pelos pecadores e, como a mãe, persuadir Seus filhos para que se aproximem de Seu peito! Certamente ao chamado de tal clamor nosso coração disposto virá.

A provisão é mais abundante; tudo é provido para que o homem possa extinguir a sede de sua alma. A expiação traz paz à sua consciência; o evangelho traz a instrução mais rica ao seu entendimento; a pessoa de Jesus é o objeto mais nobre de amor para o seu coração; a verdade, como é em Jesus, fornece ao homem, como um todo, o alimento mais puro. A sede é terrível, mas Jesus pode removê-la. Ainda que a alma esteja completamente faminta, Jesus pode restaurá-la.

A proclamação é aberta, todo aquele que tem sede é bem-vindo. Não há outra distinção a não ser a sede. Seja sede de avareza, ambição, prazer ou descanso, aquele que dela sofre é convidado. A sede pode ser ruim em si mesma, e não ser sinal de graça, mas antes uma marca de pecado excessivo que anseia por ser gratificado com correntes mais profundas de luxúria; mas não é a bondade na criatura que traz o convite. O Senhor Jesus o envia gratuitamente e sem consideração por alguém especificamente.

A personalidade é declarada mais plenamente. O pecador deve vir a Jesus, não para a obra ou ordenança ou doutrinas, mas para um Redentor pessoal que carrega em si mesmo nossos pecados, em Seu corpo no madeiro. O Salvador ensanguentado, moribundo e ressurreto é a única estrela de esperança para um pecador. Ah! Venha à graça, venha e beba, antes que o sol se ponha no último dia do ano!

Nunca será demais esperar ou se preparar. Beber representa uma recepção para a qual não há necessidade de aptidão. Um tolo, um ladrão, uma meretriz, todos conseguem beber; então, a pecaminosidade de caráter não é obstrução para o convite à fé em Jesus. Não é necessário um cálice de ouro para transportar a água ao sedento; a boca da pobreza é bem-vinda a inclinar-se e beber em grandes goles da fonte que flui. Lábios com pústulas, leprosos e imundos, podem tocar a corrente de amor divino; não há como poluírem, antes, serão eles mesmos purificados. Jesus é o manancial de esperança.

Caro leitor, ouça a voz do amado Redentor clamando a cada um de nós:

SE ALGUÉM TEM SEDE, VENHA A MIM E BEBA.


Charles Haddon Spurgeon



Fonte: Dia a dia com Spurgeon; Manhã e Noite - http://publicacoespaodiario.com/brasil/spurgeon

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Quero relembrar nesse natal...



e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

Lucas 2.7


Algumas coisas que eu quero relembrar nesse natal:

1) A DISPONIBILIDADE DO MEU DEUS.
Meu Deus, Jesus Cristo é um Deus disponível. Ele se tornou carne e decidiu entrar de vez na nossa existência. Deus não estava distante do seu povo, como nunca esteve, Ele estava presente, bem ali naquela manjedoura.
Jesus não escolheu como local do seu nascimento o palácio de Cesar nem o templo dos judeus, Ele escolheu a manjedoura.
Ele quis demonstrar desde o seu primeiro dia que Ele não vinha resgatar os justos mas os pecadores, veio curar os doentes e não os sãos (Mt 9.13). Ao escolher a manjedoura Ele se faz disponível a todo tipo de homem.
Pastores dos campos não entrariam no templo pois o tipo de trabalho que realizavam o deixavam impuros. Devido suas longas jornadas de trabalho em campos distantes (estavam próximos à Belém), eles ficavam muitas vezes impossibilitados de qualquer cerimônia de purificação no templo.
Herodes estava no palácio com suas prioridades e perante o nascimento do Rei Jesus, ele ficou “perturbado”, mas isso não foi suficiente para o atrair à Jesus, mas sim para tentar matá-lo (Mt 2).
Os mestres da lei e os chefes dos sacerdotes do povo estavam examinando as Escrituras (Mt 2.4), aquelas mesmas Escrituras que Jesus disse: “testemunham a meu respeito” (Jo 5.39). Mas eles não encontraram com o Deus das Escrituras, continuaram onde estavam ao invés de seguir os magos e procurar pelo Messias.
Mas os pastores são alvos da graça de Deus. A notícia chega em primeira mão para eles por um anjo e com ele a glória do Senhor. Eles são alvos imerecedores dessa graça!
Eles se tornaram exemplos para nós, ouviram a palavra com fé e foram obedientes ao procurarem pelo menino recém nascido – A fé verdadeira é obediente.
Não é surpreendente que o nosso Salvador atrai para si os pastores antes de qualquer religioso ou autoridade de sua época?!
Não é surpreendente que o primeiro louvor cantado após o Seu nascimento foi de um coral de pastores?
Jesus está disponível a todos!
Ele nunca precisou de um segurança ao seu redor. Ele não optou por outro caminho quando teve que passar por Samaria. Nunca fez acepção de pessoas e repreendeu os seus discípulos quando esses agiam de maneira diferente.
“Deixem vir a mim...e não as impeçam” (Mt 19.14)
“Vinde a mim...” (Mt 11.28)
Esse é sempre o apelo do meu Salvador à todo tipo de homem e mulher, em todo tempo.
A manjedoura é um lugar disponível e de fácil acesso.
Quero lembrar essa verdade hoje. Quero me aproximar mais um dia dEle. Quero relacionamento com Ele como quis da primeira vez que O conheci.
Quero falar essa verdade a todo tipo de homem, religiosos, autoridades ou pastores. Todos precisam saber que Ele se faz disponível.
Seja você quem for, o seu Salvador está disponível.

2) A REJEIÇÃO AO MEU DEUS
“Não havia lugar para eles...”
Usando de alegoria com respeito a essa frase eu diria que a mesma coisa acontece hoje em dia. Não há lugar para o Salvador.
A luz brilhou nas trevas mas as trevas não a compreenderam. Veio para os que era seu, mas os seus não o receberam (Jo 1. 5,11)
Se é verdade que Ele está disponível a todos, é também verdade que há grande falta interesse por Ele.
Belém estava cheia, o recenseamento estava acontecendo por decreto de César Augusto, a hospitalidade tão ensinada por Deus no VT talvez já não era tão praticada naquela época e então Lucas narra: “Não havia lugar para eles...”
O Salvador foi muito rejeitado durante todo o seu ministério. Nem mesmo seus irmãos criam nEle (Jo 7.5). Ele foi traído pelo seu círculo de amizade mais próximo, seus discípulos.
A rejeição é tão real quanto a disposição do nosso Salvador em salvar.
Nesse natal quero me lembrar disso. Preciso saber que o meu coração pecador deseja muitas vezes o “prato de lentilha” e que as “moedas de prata” ainda me tentam.
Quero orar hoje e sempre pela graça de Deus para que Ele mesmo desperte o meu coração para Seu Filho.
Quero me arrepender por toda rejeição que ainda acontece em minha vida.

3) A DÁDIVA DO MEU DEUS
Ele nasceu em um lugar onde animais moravam e se alimentavam, mas ali havia mais que alimentos para animais, ali estava Aquele que alimenta a minha alma.
Ali estava Aquele que disse:
Quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede – Jo 4.14
Eu Sou o pão da vida: Aquele que vem a mim jamais terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede. – Jo 6.35
Ali estava o verdadeiro pão vivo que desceu do céu.
Cristo alimentou todos os seus até hoje e continuará alimentado. O seu estoque de Vida nunca fica vazio.
Nele habita a plenitude divina e nEle temos todas as bençãos celestiais (Cl 2.9; Ef 1.3).
“A teu respeito diz o meu coração: “Busque a minha face!” A tua face, Senhor, buscarei” (Sl 27.8).
Não quero cometer o mesmo pecado de Judá: “a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2:13).
Que eu me lembre do gosto amargo de qualquer outra fonte que não seja o Senhor.
Que haja fome e sede no meu coração por Ele.
Que eu me satisfaça nEle.
Que nesse natal e novo ano eu o encontre na Sua palavra. Que minhas devocionais sejam cheias de Cristo. Que seja Ele o meu louvor e que minha orações sejam em seu nome.
Oh Jesus seja tudo em mim.
Amém.