"Ele fez o que o Senhor aprova, tal como o seu pai Amazias. Contudo, os altares idólatras não foram derrubados; o povo continuava a oferecer sacrifícios e a queimar incenso a eles."
(2 Reis 15.3-4)
O rei mencionado acima é Azarias, também conhecido como Uzias. Você pode encontrar sua história em 2Rs 15.1-7 e 2Cr 26. Em uma primeira leitura rápida desses capítulos de 2 Reis 14 e 15, vemos a história de nove reis, com cinco assassinatos. Conforme olhamos para a história desses reis, aprendemos a terrível consequência que o pecado têm. Todo pecado cometido contra Deus é também um pecado social, ou seja, suas consequências afetam o meio em que o ser humano está, a sua família, seus relacionamentos e a sua sociedade. Todo pecado é um pecado social. Isso fica claro nos livros de 1 e 2 Reis, se o rei foi ímpio, o povo seguia o seu caminho.
Mas o ponto que gostaria de meditar hoje é sobre esse verso acima. Uzias fez o que o Senhor aprova, mas não destruiu os altares idólatras em Judá. Sendo assim, é possível "fazer o que o Senhor aprova" e ainda assim ser um idólatra (claro que isso o Senhor desaprova).
É interessante pensar que assim como Uzias, podemos estar servindo ao Senhor mas ainda assim sermos idólatras. Em 2Cr 26.5 diz que ele "buscou a Deus durante a vida de Zacarias, que o instruiu no temor de Deus." Ele buscava a Deus e andava no temor de Deus e mais do que isso, "enquanto buscou o Senhor, Deus o fez prosperar". Mas ainda assim ele não destruiu os altares idólatras! Servia ao Senhor e outros deuses ao mesmo tempo.
Concordo com Matt Chandler quando diz no seu livro "Evangelho Explicito" que existem hoje no mundo 7 bilhões de adoradores. É um fato que Deus ao criar o ser humano criou um ser adorador. Deus criou o primeiro casal no Éden para que lhe servisse e o adorasse. "É a glória de Deus que impulsiona o universo" e é para a glória de Deus que todos são criados. Portanto, hoje em dia, há 7 bilhões de adoradores no mundo, a diferença é que nem todos adoram o Deus verdadeiro que está em Cristo Jesus.
Mas esse papo de idolatria parece ser distante da realidade de muitos cristãos. Digo isso pois me parece que quando falamos de idolatria, logo vem na nossa cabeça imagens de santos da igreja católica ou qualquer outra religião pagã que invoca falsas divindades. Nós cristãos, temos uma tendência de apontarmos idólatras mas não reconhecer a idolatria do nosso próprio coração.
Idolatria do coração?! Sim. E se a Bíblia definisse idolatria algo muito mais profundo que mera adoração externa e ritos religiosos?
Ora, diga-lhes: ‘Assim diz o Soberano Senhor: Quando qualquer israelita erguer ídolos em seu coração e puser um tropeço ímpio diante do seu rosto e depois for consultar um profeta, eu o Senhor, eu mesmo, responderei a ele conforme a sua idolatria.
Isto farei para reconquistar o coração da nação de Israel, que me abandonou em troca de seus ídolos’.
Ezequiel 14:4,5
Note que a ordem aqui é importante: "erguer ídolos em seu coração" vem primeiro e depois "puser um tropeço ímpio diante do seu rosto...". Idolatria é um ato do coração e a expressão disso se dá de maneiras diferentes, seja se prostrando perante uma imagem ou seja priorizando, valorizando, estimando o outro ou algo além de Deus.
É esse tipo de idolatria que eu temo! É essa que me pega todos os dias! É essa idolatria que eu tenho que recorrer a Deus em oração pedindo um coração obediente e fiel (Dt. 30:6).
Outro dia, conversando com uma cristã, ela me perguntou porque deveria constantemente pedir perdão por seus pecados, sendo que ela já estava em Cristo e vivia para Ele. Eu perguntei a ela: "Nos últimos cinco minutos, você amou a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de toda tua força? (Mc 12.30)". Ela não me respondeu....
Talvez seja uma boa razão para pedir perdão a Deus todos os dias por nossos corações idólatras!
Que Deus nos ajude!
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